segunda-feira, 27 de julho de 2015

And so this is... almost father´s day.... ( e então é quase dia do Papitos)

Dia dos pais chegando.
Me lembro que no ano passado eu estava na Alemanha e comemoramos o dia dos pais lá. Pedi ajuda a minha cunhada alemã para fazer algo tão simples, mas tão lindo e que, por sinal, ele amou: passar guaxe não tóxica nas mãozinhas e pezinhos da Glorinha e “imprimir” essas duas marcas em uma folha de papel simples assim como vocês podem ver na foto. E, então, no Domingo, quando ele acordou lá estava o presente além do café da manhã com tudo o que ele mais gosta (minha cunhada e sobrinha me acobertaram para eu poder ir até o supermercado e comprar tudo).


Ah, e logo depois seria o dia das mães.... Eu ganhei um secador de cabelo que compramos lá mesmo, mas como o plug é diferente do que temos aqui no Brasil e dá uma trabalheira enfiar na joça da tomada, ficou para os cachorros quando estes tomam banho e precisam se secar. Sim, eu deixo vocês rirem. E esse ano, a gente estava tão, mais tão cansado, que eu juro que eu não me senti mal por não receber nada. 
Mentira, mentira, mentiraaaaaaaaaaaaa!
Mas gente, acontece que muitas das minhas amigas me parabenizam pela atuação do Dirk como pai. Ganhei na loteria com isso de verdade. Um pai que dá banho, que brinca, que prepara o jantar, dá mamadeira, depois que eu amamento o Lorenzo vem até nós e busca o pequeno para arrotar e fazê-lo dormir de novo, que realmente está empenhado em estar com os filhos nas duas épocas que passa aqui no Brasil (brincadeira, brincadeira, mas acho que ele compensa bem quando está – raramente- entre nós. Mais uma brincadeira!) Passamos por fases complicadas, Dirk também (eu bem sei e só eu devo saber!) é complicado, é homem e, ainda por cima, genteee, ainda é alemão, bem naquele lance da escolinha daquele personagem da Praça é Nossa cujo bordão é: “eu gosto de tudo nos mínimos detalhes”. Irritante! 
Então, quando me parabenizam pelo pai excelente, parece que tiram toda a minha legitimidade, como se eu devesse dar graças a Deus por ele ser assim, como se oras, do que você está reclamando?!
Caras amigas do Born to be mother, ainda não se faz filhos de forma solitária, ele também quis, ele também vai cuidar.
E isso foi um aprendizado dele desde pequeno. Na Europa meninos aprendem a serem pais a partir do momento que sabem que são responsáveis por sua roupa, por deixarem seus quartos limpos, por terem que se responsabilizar por fatos e escolhas que aqui, muitos dos homens (sic) de 30 anos (ou mais) ainda deixam nas mãos dos papais e ai quando casam (se casam!), coitada dessas esposas... Viram mães de duas crianças!
Já ouvi de muita gente quando eu digo que ele é quem faz o Lorenzo arrotar e depois embalá-lo, que eu deveria ter peninha dele. Oh, coitado: ainda vai acordar cedo, trabalhar. E eu? Ah, tá eu vou logicamente, com duas crianças, tomar daiquiris até tipo 1 hora da madrugada, ai acordar as 10 da manhã, tomar sei lá, uma cuba libre (muitas vezes, cheguei a acreditar que sóbria fica difícil de aguentar a maternagem… Brincadeirinha!  As mães lado B me entenderão), aí comer alguns amendoins (ou aipo que engorda menos!) e sei lá, por algum processo extra terrestre, a casa irá funcionar, as compras do supermercado chegarão, o Lorenzo vai se auto alimentar com a energia do sol (Glorinha idem), pra que tomar banho, pra que levar para passear, limpar fralda então... oras, que coisa antiga! Pagar contas, ver se tem fraldas (e não colocar fralda só para um), pensar no lanche…gente, me diz, tudo isso é praticamente possível de ser feito com um treinamento que eu desconheço, mas deve ter gente que acha que existe. E, no meio disso tudo, tentar fazer xixi, tomar banho, fazer exercício, se alimentar de forma decente.
Sim, papai Dirk, eu sinto muito que você chega cansado, mas eu também sinto que você faz com um prazer tão grande. Eu fico tão feliz quando eu vejo você fazendo coceguinhas na barriga do Lorenzo ou dizendo “kleine mouse” (pequena ratinha) para a Glorinha (confesso que é meio "annoying" depois de 20 vezes ao dia, mas tá valendo).
Compensa várias coisas que ainda temos que aprender a lidar. Compensa a total falta de tempo para nós dois, mas compensa saber que você tem a exata noção que  não está me ajudando, mas sim fazendo sua parte mesmo quando você me diz que eu deveria ver como são os outros pais. Os outros pais não me interessam. Você me interessa!
Quero te agradecer por ser esse pai maravilhoso. A gente esperou muito e por obra do destino, não veio só um, vieram dois seres que enchem minha vida de... (ia escrever de loucura, mas tem que ser bonitinho agora!) fundamento, de nexo dentro do desconexo, de brilho dentro daquela escuridão que eu nunca achei que cessaria. Você colocou as sementinhas e dessas sementinhas vieram seres tão (ia escrever tão cheios de energia, mais tão cheios de energia que eu quase desfaleço de madrugada), mas vamos deixar iluminados por hora.

Obrigada, meu amor, obrigada, meu amor chatinho! Obrigada por cuidar deles para eu poder, nem que for por  1 hora, poder sair, comer algo sozinha, ir a minha prática de yoga que eu amo tanto e, o engraçado, é que eu vejo muitos pais reunidos em barzinhos e quase, muito raramente, mulheres saindo juntas e que tenham filhos pequenos. Por que será?! Sei lá, eu devo ser a "loca", mas são nesses momentos que eu volto energizada, feliz por poder respirar e, às vezes, eu nem faço nada: só fico na pracinha, dentro do carro, usando a rede wifi que é de graça. Momento vergonha? Never! Só falta a cerveja sem álcool!
Danke schon, vielen danke!

terça-feira, 21 de julho de 2015

Como lidar com a birra dos que se metem nas birras dos seus filhos!

Muitos textos tem falado sobre a birra das crianças e o que devemos fazer. O que mais me chamou a atenção e foi de acordo ao que eu acredito, como mãe, foi o do blog Paizinho vírgula .
Vale muito a pena a leitura e a reflexão.
Mas o que não acho é o que as pessoas a nossa volta deveriam “supostamente’ fazer ao verem uma mãe tentando lidar com a birra de seus filhos.
Passei por isso hoje pela manhã. Gloria estava nos seus dias e eu, tentando pacientemente dar conta de dar de mamar ao Lorenzo e dar conta de entender e compreender os ataques histéricos dela.

E hoje tínhamos retorno ao médico homeopata. Então, o tal do corre corre. E nisso ela já tinha tirado os sapatos, a meia calça, o tênis, a saia. Estava só de fraldas e a blusa. E a consulta era às 10 horas e já eram 9h30.
Nisso o Lorenzo solta puns poderosos e o tempo não para, como dizia o Cazuza. Eu queria gritar te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro, de mãe que não dá conta, que você só reclama, transforma sua vida em um inferno porque assim se ganha mais dinheiro…, mas nem tempo para isso eu tinha.
Corri, coloquei minha roupa (tomei um banho rápido e já dei de mamar pelada mesmo), coloquei a roupa na Gloria entre berros e gritos. Pedi a Lili que trocasse o Lorenzo e fomos a consulta.
Chegando lá, esperamos pelo elevador. E Gloria quer ir a frente, passar a frente das pessoas e acho que ensinar tudo desde pequeno é tudo. Explico, nem que seja mil vezes, que tem que esperar a vez dela, que outras pessoas chegaram antes. Mas lá vai ela, de novo, começar a espernear.
O elevador chega ao térreo. Esperamos as pessoas entrarem. Há várias pessoas lá. Gloria vê botões, muitos botões e, logicamente quer apertar e, logicamente, eu não vou deixar porque há um perigo nisso, há gastar energia à toa, há toda uma problemática. Mas não é que uma senhora, na faixa dos seus 50 anos, que vira para mim e diz: “deixa ela fazer o que ela quer”.
Ah, meu pai do céu, nem deu tempo de entoar o mantra OM porque eu disse a ela- de forma educada-, mas disse:
-“Como assim, fazer o que ela quer? Ela tem 1 ano e 8 meses, quer mexer em algo que pode provocar um acidente e a senhora me aconselha a deixar que ela domine a situação?”
Ela fica muda.
Eu continuo:
-“Se formos pensar assim, ela pode escolher a hora que quer dormir, o que quer almoçar, onde vamos passear e, de uma hora para outra, tornar-se a rainha da casa onde moram 2 adultos que devem ser responsáveis em impor limites e ensiná-la que regras existem.”
Muda. Novamente.
A necessidade de falar isso foi forte. Muito cansada de gente me dizendo: deixa ela tomar um golinho, deixa ela comer um pedacinho, deixa ela ver TV mais do que deveria assim ela fica quietinha, deixa, deixa....
Não, pessoas que aqui estão lendo essa postagem: eu não vou deixar que uma criança tome as rédeas da situação e não saiba se comportar, nem dizer obrigada, por favor, com licença. Não, eu não vou ser a mãe que para em vaga de deficiente porque serão só 5 minutinhos e depois vou reclamar que o País está um caos. Não, ela não vai fazer o que ela quiser até que tenha idade suficiente para isso e até que possa arcar com as consequências dos erros e acertos (e enfatizo que até que seja financeiramente responsável por si mesma porque aqui em casa nem eu e nem o pai daremos apartamento, carro, nem pagaremos faculdade particular. Ela aí sim vai fazer o que quiser, contanto que arque com isso!).
Porque eu fiz muito do que eu só queria e sofro as consequências até hoje. E se eu pudesse voltar atrás em muitas das coisas que fiz na minha vida, várias delas, com certeza, teriam haver com receber mais nãos do que sins.
Dessa forma, se o senhor ou a senhora, vir uma mãe colocando limites ou vendo uma criança manifestando sua frustração, seu cansaço, não se meta, ao menos que a mãe esteja espancando a criança ou algo parecido (aí nesse caso quem não se mete, para mim, é de uma covardia sem limites!).
Simplesmente, companheiros e companheiras, acreditem que muitos dos pais hoje em dia em termos de educação, alimentação, comportamento sabem o que é melhor para os seus filhos. Sabem que açúcar demais faz mal, que coca cola é um veneno, que chocolate não tem exatamente nada de nutrientes, que ter horário para dormir, acordar é bom, que cair e levantar faz parte, que superproteger não leva a lugar nenhum, que esconder o mundo demais também pode trazer problemas lá no futuro (o querer absorver a tudo tão fortemente que se leva ao abuso!), mas não se metam. E, se não souberem, problema deles. Não se metam! Não nos metemos!
Falem, ofereçam um sorriso, diga que entendam, mas não digam: “deixe que ela faça o que quiser...”
Ao entrarmos na consulta, dou de cara com aquele cara sossegado, calmo e comento o ocorrido e ele concorda comigo. E falamos das crianças que tornam-se os reis e rainhas dentro de casa e os pais meros coadjuvantes. Basta ler essa entrevista.
E encerro com a postagem do Mãe no Divã que diz:
"Se a criança faz birra em público e a mãe fica brava e dá bronca - ela é o monstro do lago negro devoradora de criancinhas indefesas. Se levantar um pouquinho o tom de voz então, chama o conselho tutelar e já traz logo um psicólogo pra essa criança porque a mãe acabou de esmagar com a sua infância.
Se a criança faz birra em público e a mãe a acolhe de forma carinhosa e compreensiva, os pitaqueiros vão à loucura - que tipo de adulto essa criança mimada não vai se tornar?! Chovem olhares condenado a tal conduta - "amor demais estraga a criança”. Se for mãe solteira então, ainda tem que ouvir a clássica "Isso é falta do pai na vida dessa criança”. Olha gente, façam um favor pra humanidade e simplesmente não se metam. E se se meterem, eu espero que levem bronca do mi mi mi de vocês também.
Porque ninguém é obrigada."
#aceitandopalpiteemdinheiro

sábado, 18 de julho de 2015

Para você não esquecer de lembrar...

Eu esqueço de tudo, esqueço até de esquecer. Sério.
Tenho listas e mais listas, caderno, agenda, peço as pessoas que estão por perto para me auxiliarem a lembrar, colo cartazes pela casa, mas acredito que quando estamos mais calmos e focados, temos a tendência a nos focar mais e não esquecer tanto. O problema é se focar com duas crianças chorando, uma querendo peito, a outra querendo atenção ou fazendo birra. Fora isso, temos que lembrar, caso as crianças estejam doentes, do horário da medicação (seja da homeopatia ou do alopático e tem remédio que se passar um minuto já faz diferença!). Aí a gente tem que lembrar das festinhas de aniversário, da lista de supermercado, da consulta ao pediatra, de economizar no supermercado (em tempos de crise como os que estamos passando, economizar é tudo!).
Resumindo, muita coisa, pouco tempo. Eu uso de vários
métodos. Para mim, o que funciona mesmo são os bilhetes. A Eli, que me auxilia aqui em casa, já até se acostumou e vira e mexe, deixa bilhetes do tipo “Karina, não esqueça de tirar a roupa do varal...” e por ai vai ou me envia mensagens via whatsap.
Entretanto, cada mãe e cada família é de um jeito e tem a sua singularidade então, pesquisando aqui e acolá, achei várias referências de aplicativos.
Aplicativos até para a meditação porque é uma das atividades que, insisto podem ter certeza, que lhe ajudarão na sua saúde física, emocional e psíquica deixando a desculpa de não sei como fazer isso, como uma bela de uma desculpa esfarrapada.


-Family Organizer:  ajuda a organizar a rotina diária da família, as atividades das crianças, compromissos escolares e sociais, aniversários, compras e muito mais! Pode ser compartilhado entre todos, com espaço para anotações e recados.

- Boa Lista: você vai ao supermercado, vê o preço de algo, mas já não tem tanta noção se aquele valor é justo ou tipo se os caras estão achando você com cara de parente da Athina Onassis.  Muitos produtos são avaliados em milhares de estabelecimentos além da comparação dos preços online, opiniões de consumidores, testes de qualidade e classificação de estabelecimentos. Se você está em dúvida se vale a pena comprar um produto e não ir pelo impulso, vale a pena!

- Worktime (iOS):
Se o seu trabalho envolve controlar atividades diversas em dias e horários que estão sempre mudando, este é o app perfeito. Com ele é possível se conectar a diversas pessoas, controlar horas de trabalho, afazeres e estar sempre por dentro de quem está fazendo o que e quando. Com ele você pode inclusive ser lembrado por outras pessoas e ajudar a lembrar os colegas de prazos e datas e compromissos por exemplo.
-Bills Reminder (Android)
Já que você tem que lembrar de coisas chatas como contas a pagar, pelo menos use um app colorido e divertido para fazê-lo. Com o Bills Reminder é possível personalizar lembretes e notificações, com vencimentos, juros, atrasos, além de marcações para o que já foi pago.

-Healthy Habits (iOS)
Ótimo para quem está tentando perder peso ou parar de fumar. Voltado para pessoas que querem alcançar um objetivo, te ajuda com lembretes e infográficos que mostram o seu progresso.

-Mango Health (iOS)
Um dos esquecimentos mais comuns e mais graves é o relacionado à medicamentos. Este app vai te lembrar de tudo o que você tem que tomar, seja um tratamento a longo prazo ou temporário. Ele também oferece informações sobre a interação entre diferentes substâncias.

E, finalmente, os aplicativos de meditação que são realmente ótimos.
1)http://www.eumedito.org/
2)http://meditaapp.com.br/
3)http://dharmalog.com/2011/04/20/10-apps-de-android-e-iphone-para-meditacao/

(Fonte: https://aoquadrado.catracalivre.com.br/dia-a-dia/5-apps-para-te-ajudar-a-nao-esquecer-de-nada-no-dia-a-dia/)


quarta-feira, 8 de julho de 2015

O retorno às práticas meditativas com dois filhos, dois cachorros e uma mente inquieta!

Primeira noite
Exatamente as 21 horas, comecei a me preparar. Foi difícil tomar a decisão de voltar a meditação. Relapsa, deixei para trás uma das coisas que eu mais tinha saudades e que me fazia tão bem. O engraçado é que algo aqui dentro de mim continuava a me sugerir que deixasse isso para amanhã. E me toquei de como mentimos para nós, como esperamos que algum evento externo ou alguém nos mude. Era aquela vozinha que me dizia coma mais um docinho, o milagre vai vir do céu, não se mexa que o corpo volta ao normal, não respire, não pense antes de falar e por ai vai…Mas consegui combater essa vozinha e fui para a cozinha, peguei os fósforos (fiz mais um maldito lanchinho com a desculpa da fome da amamentação, mas pera lá: hoje eu me exercitei muito. Coloquei a Glorinha no carrinho e fui andar. Parei o carro no clube e ao invés de ir aos lugares que precisava de carro e fui a pé. Ponto para minha saúde e auto estima!).
Então, voltei pra sala, peguei a vela. Ai eu senti que meu peito esquerdo estava simplesmente ensopado, ensopando assim todo o pijama, o casaco que eu estava usando, causando o terceiro estrago do dia (a vozinha boa disse: não esquecer de oferecer o peito esquerdo ao Lorenzo). Enfim, voltamos. Troquei de pijama, fui para a sala. 
E na quase total escuridão (iluminada pelo celular), acendi a vela e pensei é agora ou nunca que retorno, que faço algo por mim e sozinha. Os pensamentos eram muitos, mas o pior deles era que, de tão cansada, eu caísse de cabeça na chama da vela. Eu parava, respirava, retornava. Ai eu me lembrava de não esquecer de justamente inserir esse pensamento de cair de cara na vela.
Meu Deus, como e difícil calar tudo. Como é difícil falar com Deus e calar a voz, os nós dos sapatos…Triste, porém nada resignada, decidi entrar dentro daquela chama a minha frente até que ela fizesse parte de mim. Olhei, olhei e ai fechei os olhos e a vi na minha frente, dançando. E iluminando tudo e me senti quente (calma, um quente decente!) e respeitei esse momento e fiquei em paz.
Até que outros pensamentos vieram, minha paciência já estava indo embora (que novidade). Abri os olhos, falei menos, calma e pensei já no dia seguinte e como esse seria meu presente, minha gratidão e seria assim que eu me ofereceria uma recompensa ao final de um dia extenuante. Recompensa esta que não engorda, não faz mal a mim e aos outros. Ao contrário, só me ajudará a trilhar esse caminho com mais forca, emergia e perseverança. Amanhã veremos o que a meditação nos reserva.


Segunda noite
Tivemos visita hoje. Que delicia quebrar rotina. O lindo Arthur veio nos visitar. Brincou com a Glorinha e até jantou com ela. E eu já achando desculpa pra não meditar, pra não ir fundo nessa experiência. Mas não. Eu vou. Coloquei as crianças para dormir, fui finalmente comer algo e peguei a velinha. Acendi e comecei. Hoje me pareceu mais difícil porque tenha saído da minha rotina diária. Mil coisas passavam pela cabeça, fechava os olhos e recomeçava, mas a concentração se perdia. Não via a hora que terminasse. Estava cansada, ansiosa…mas fui em frente. 
Meditar deve ser uma prioridade assim como me alimentar, me exercitar.... Ainda só quero descobrir se estou seguindo o caminho certo. Decidi compartilhar essa experiência com minha mestra, Maria Avelar, assim ela poderia elucidar os pontos fracos e fortes. Mas fui até o fim. Me permiti cinco minutos tentando limpar minha mente. Embora sem muito sucesso, fui até o fim. Grata a mim.
Conversando com minha mestra, Maria Avelar Guimarães, proprietária da Sarvarnanda Casa deYoga onde minha ideia inicial era que ela desse, ao final desse artigo, dicas, etc. e tal e ela delicadamente disse que poderia me dar algumas dicas já que não existe certo ou errado, porque “cada experiência é única, independentemente de ser prazerosa ou não...”
Todavia, ao ler um pouco do relato, me recomendou que o legal é ter como foco da meditação a respiração e quando a mente estiver muito agitada, devemos mentalizar os pensamentos saindo junto com a expiração e só reconhecer: “HOJE MINHA MENTE ESTÁ AGITADA.” A gente tem que perceber “que a nossa mente está agitada o que é muito diferente do eu estou agitada.”
Maria Avelar, ressaltou que é legal estabelecer quanto tempo vamos meditar e nunca fica até cansar porque a vontade do quero mais, deve sempre prevalecer, assim como aquele relaxamento ao final das aulas de yoga. Importante frisar isso porque só assim criaremos o hábito e não se tornará mais uma atividade, entre tantas que fazemos, que não vemos a hora de terminar, dar como feito, cumprida e ufa!
Alias, podemos usar o timer do celular ou algum aplicativo para dar os toques. Há um chamado Insight timer, que tem várias meditações guiadas com pessoas famosas no mundo todo: é bem legal e é de graça. Comece com 5 minutos, mas comece.
Depois de vários dias ou semanas passe pra 8 min. Vá aos poucos, senão não dura muito! 

Terceiro noite
Está um frio gostoso. Já estava na cama, quentinha.... Mas minha meditação é ouro. Comecei, mas três minutos depois Glorinha acordou chamando mamãe. Fui lá, rezei para que ela se acalmasse logo. Deu certo! Voltei. A sala estava fria. Mas fui confiante. Estava difícil, tem sido difícil parar os pensamentos. Eu me sinto culpada e mal por não conseguir. Mas aos poucos fui relaxando. Quando finalmente já me senti integrada e satisfeita, olhei o cronômetro e vi que fiquei 10 minutos e nem percebi. Fiquei feliz!

Quarta noite
Foram dez minutos. Ainda tentado entender o processo, mas plena da felicidade de já sentir na minha vida os resultados em relação a ação e reação. Feliz porque também comecei a praticar alguns asanas após a meditação, feliz porque estou sentindo alguma efetividade na vida diária em relação ao meu ego. Se isso e efeito da meditação ou de tanto sono atrasado, ou seja, de tão cansada eu nem reajo mais, eu não sei. Mas vou persistir na minha meditação, nos asanas e na observação e quem sabe, um dia, na assimilação dos ensinamentos de Buda, de Deus, dos anjos.


Quinta noite
Hoje foi uma dia difícil. Cortaram a luz de casa por problemas no banco. Eu nem preciso contar como e desesperador imaginar ficar sem luz com duas crianças. Tive que fazer uma mala gigante e ir para a casa da minha vó. Sequer me lembrei da meditação a noite. Me lembrei, mas fiquei presa a vela que esqueci de colocar na mala. Usamos a vela só para podermos fazer a mala e sair de casa: eu, as crianças e a Ju, minha Sancho Pança (só que bem magrinha e linda). Aliás, tenho duas Sancho Panças na minha vida: ela e a Lili... (isso fica pra outro post).
A vela na escuridão que eu estava seria ótima, ne?! Mas sem poder me locomover pela casa, não tive outra alternativa. A única coisa que passou pela minha cabeça e que deveria, nem que fosse por um minuto, ter parado, respirado e isso sim seria uma bela meditação já que esta deve ocorrer nos momentos que estamos a ponto de explodir. Erroneamente, muitos centros de yoga, aproveitadores diga-se de passagem, ensinam que existem lugares e técnicas especiais, mas não: qualquer momento, qualquer lugar é o momento. Acredite!
Chorei muito, fiquei brava, nervosa. Se por alguns milésimos eu tivesse simplesmente parado, acredito que metade das coisas que eu falei, não teria falado. E a vela acaba sendo um acessório dispensável. Hoje eu não meditei. Eu só queria que esse dia não tivesse existido, mas também, analisando a fundo, algumas boas horas depois, eu pensei como foi maravilhoso ficar lá com ela, perceber a felicidade dela em ter a gente lá, em ver as crianças com os pijaminhas, terem tomado banho lá. Ela deixou tudo caprichado. Fez a nossa caminha. Eu saí da rotina (enquanto escrevo, choro!) e lembrei dos anos e anos que morei lá (minha vó quem me criou. Desde pequena dormia na casa dela, só saí da casa dela aos 20 anos quando fui morar com meu marido, na época namorado).
Então, valeu a pena.

OUTRAS NOITES
Ser mãe tem demandado muito. Crianças que ficaram doente, casa que ficou sem energia, ir ao supermercado, minha depressão pós parto, problemas sérios de saúde.... Um turbilhão que compartilho aqui na tentativa de que todas saibam que onde quer que você esteja, estou aqui, de mãos dadas com você. Se bem que tem pessoas nesse tempo que eu larguei as mãos e um peso saiu das minhas costas. E onde eu fico?!
Eu, eu, a Karina, mulher?
Pois é, aí é que entra a meditação. Hiper importante não usar de nenhum artifício e respirar, prestar atenção no ar que sai e no ar que entra, respiração é tudo. Uso a técnica que aprendi com minha mestra, a Mindfulness. Há um artigo bem interessante AQUI.
Retornei as aulas de yoga que não vou parar de jeito nenhum. Também pratico aqui em casa, tanto a meditação como a yoga. E voltei a terapia que será assunto para outro post (todas as minhas tentativas de fuga.... A gente foge tanto, tanto da gente que uma hora, a gente se encontra e nem sabe mais quem é!). Para quem não sabe, há locais que oferecem sim yoga gratuitamente assim como a meditação e a terapia.
Basta procurar a USE que fica na UFSCar.
FACEBOOK DA SARVARNANDA CASA DE YOGA AQUI.
E fica aqui o meu NAMASTÊ!

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