terça-feira, 21 de julho de 2015

Como lidar com a birra dos que se metem nas birras dos seus filhos!

Muitos textos tem falado sobre a birra das crianças e o que devemos fazer. O que mais me chamou a atenção e foi de acordo ao que eu acredito, como mãe, foi o do blog Paizinho vírgula .
Vale muito a pena a leitura e a reflexão.
Mas o que não acho é o que as pessoas a nossa volta deveriam “supostamente’ fazer ao verem uma mãe tentando lidar com a birra de seus filhos.
Passei por isso hoje pela manhã. Gloria estava nos seus dias e eu, tentando pacientemente dar conta de dar de mamar ao Lorenzo e dar conta de entender e compreender os ataques histéricos dela.

E hoje tínhamos retorno ao médico homeopata. Então, o tal do corre corre. E nisso ela já tinha tirado os sapatos, a meia calça, o tênis, a saia. Estava só de fraldas e a blusa. E a consulta era às 10 horas e já eram 9h30.
Nisso o Lorenzo solta puns poderosos e o tempo não para, como dizia o Cazuza. Eu queria gritar te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro, de mãe que não dá conta, que você só reclama, transforma sua vida em um inferno porque assim se ganha mais dinheiro…, mas nem tempo para isso eu tinha.
Corri, coloquei minha roupa (tomei um banho rápido e já dei de mamar pelada mesmo), coloquei a roupa na Gloria entre berros e gritos. Pedi a Lili que trocasse o Lorenzo e fomos a consulta.
Chegando lá, esperamos pelo elevador. E Gloria quer ir a frente, passar a frente das pessoas e acho que ensinar tudo desde pequeno é tudo. Explico, nem que seja mil vezes, que tem que esperar a vez dela, que outras pessoas chegaram antes. Mas lá vai ela, de novo, começar a espernear.
O elevador chega ao térreo. Esperamos as pessoas entrarem. Há várias pessoas lá. Gloria vê botões, muitos botões e, logicamente quer apertar e, logicamente, eu não vou deixar porque há um perigo nisso, há gastar energia à toa, há toda uma problemática. Mas não é que uma senhora, na faixa dos seus 50 anos, que vira para mim e diz: “deixa ela fazer o que ela quer”.
Ah, meu pai do céu, nem deu tempo de entoar o mantra OM porque eu disse a ela- de forma educada-, mas disse:
-“Como assim, fazer o que ela quer? Ela tem 1 ano e 8 meses, quer mexer em algo que pode provocar um acidente e a senhora me aconselha a deixar que ela domine a situação?”
Ela fica muda.
Eu continuo:
-“Se formos pensar assim, ela pode escolher a hora que quer dormir, o que quer almoçar, onde vamos passear e, de uma hora para outra, tornar-se a rainha da casa onde moram 2 adultos que devem ser responsáveis em impor limites e ensiná-la que regras existem.”
Muda. Novamente.
A necessidade de falar isso foi forte. Muito cansada de gente me dizendo: deixa ela tomar um golinho, deixa ela comer um pedacinho, deixa ela ver TV mais do que deveria assim ela fica quietinha, deixa, deixa....
Não, pessoas que aqui estão lendo essa postagem: eu não vou deixar que uma criança tome as rédeas da situação e não saiba se comportar, nem dizer obrigada, por favor, com licença. Não, eu não vou ser a mãe que para em vaga de deficiente porque serão só 5 minutinhos e depois vou reclamar que o País está um caos. Não, ela não vai fazer o que ela quiser até que tenha idade suficiente para isso e até que possa arcar com as consequências dos erros e acertos (e enfatizo que até que seja financeiramente responsável por si mesma porque aqui em casa nem eu e nem o pai daremos apartamento, carro, nem pagaremos faculdade particular. Ela aí sim vai fazer o que quiser, contanto que arque com isso!).
Porque eu fiz muito do que eu só queria e sofro as consequências até hoje. E se eu pudesse voltar atrás em muitas das coisas que fiz na minha vida, várias delas, com certeza, teriam haver com receber mais nãos do que sins.
Dessa forma, se o senhor ou a senhora, vir uma mãe colocando limites ou vendo uma criança manifestando sua frustração, seu cansaço, não se meta, ao menos que a mãe esteja espancando a criança ou algo parecido (aí nesse caso quem não se mete, para mim, é de uma covardia sem limites!).
Simplesmente, companheiros e companheiras, acreditem que muitos dos pais hoje em dia em termos de educação, alimentação, comportamento sabem o que é melhor para os seus filhos. Sabem que açúcar demais faz mal, que coca cola é um veneno, que chocolate não tem exatamente nada de nutrientes, que ter horário para dormir, acordar é bom, que cair e levantar faz parte, que superproteger não leva a lugar nenhum, que esconder o mundo demais também pode trazer problemas lá no futuro (o querer absorver a tudo tão fortemente que se leva ao abuso!), mas não se metam. E, se não souberem, problema deles. Não se metam! Não nos metemos!
Falem, ofereçam um sorriso, diga que entendam, mas não digam: “deixe que ela faça o que quiser...”
Ao entrarmos na consulta, dou de cara com aquele cara sossegado, calmo e comento o ocorrido e ele concorda comigo. E falamos das crianças que tornam-se os reis e rainhas dentro de casa e os pais meros coadjuvantes. Basta ler essa entrevista.
E encerro com a postagem do Mãe no Divã que diz:
"Se a criança faz birra em público e a mãe fica brava e dá bronca - ela é o monstro do lago negro devoradora de criancinhas indefesas. Se levantar um pouquinho o tom de voz então, chama o conselho tutelar e já traz logo um psicólogo pra essa criança porque a mãe acabou de esmagar com a sua infância.
Se a criança faz birra em público e a mãe a acolhe de forma carinhosa e compreensiva, os pitaqueiros vão à loucura - que tipo de adulto essa criança mimada não vai se tornar?! Chovem olhares condenado a tal conduta - "amor demais estraga a criança”. Se for mãe solteira então, ainda tem que ouvir a clássica "Isso é falta do pai na vida dessa criança”. Olha gente, façam um favor pra humanidade e simplesmente não se metam. E se se meterem, eu espero que levem bronca do mi mi mi de vocês também.
Porque ninguém é obrigada."
#aceitandopalpiteemdinheiro

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