Muitos textos tem falado sobre a birra das crianças e o que
devemos fazer. O que mais me chamou a atenção e foi de acordo ao que eu
acredito, como mãe, foi o do blog Paizinho vírgula .
Vale muito a pena a
leitura e a reflexão.
Mas o que não acho é o que as pessoas a nossa volta deveriam
“supostamente’ fazer ao verem uma mãe tentando lidar com a birra de seus
filhos.
Passei por isso hoje pela manhã. Gloria estava nos seus dias
e eu, tentando pacientemente dar conta de dar de mamar ao Lorenzo e dar conta de
entender e compreender os ataques histéricos dela.
E hoje tínhamos retorno ao médico homeopata. Então, o tal do
corre corre. E nisso ela já tinha tirado os sapatos, a meia calça, o tênis, a
saia. Estava só de fraldas e a blusa. E a consulta era às 10 horas e já eram
9h30.
Nisso o Lorenzo solta puns poderosos e o tempo não para,
como dizia o Cazuza. Eu queria gritar te chamam de ladrão, de bicha,
maconheiro, de mãe que não dá conta, que você só reclama, transforma sua vida
em um inferno porque assim se ganha mais dinheiro…, mas nem tempo para isso eu
tinha.
Corri, coloquei minha roupa (tomei um banho rápido e já dei
de mamar pelada mesmo), coloquei a roupa na Gloria entre berros e gritos. Pedi
a Lili que trocasse o Lorenzo e fomos a consulta.
Chegando lá, esperamos pelo elevador. E Gloria quer ir a
frente, passar a frente das pessoas e acho que ensinar tudo desde pequeno é
tudo. Explico, nem que seja mil vezes, que tem que esperar a vez dela, que
outras pessoas chegaram antes. Mas lá vai ela, de novo, começar a espernear.
O elevador chega ao térreo. Esperamos as pessoas entrarem.
Há várias pessoas lá. Gloria vê botões, muitos botões e, logicamente quer
apertar e, logicamente, eu não vou deixar porque há um perigo nisso, há gastar
energia à toa, há toda uma problemática. Mas não é que uma senhora, na faixa
dos seus 50 anos, que vira para mim e diz: “deixa ela fazer o que ela quer”.
Ah, meu pai do céu, nem deu tempo de entoar o mantra OM
porque eu disse a ela- de forma educada-, mas disse:
-“Como assim, fazer o que ela quer? Ela tem 1 ano e 8 meses,
quer mexer em algo que pode provocar um acidente e a senhora me aconselha a
deixar que ela domine a situação?”
Ela fica muda.
Eu continuo:
-“Se formos pensar assim, ela pode escolher a hora que quer
dormir, o que quer almoçar, onde vamos passear e, de uma hora para outra,
tornar-se a rainha da casa onde moram 2 adultos que devem ser responsáveis em
impor limites e ensiná-la que regras existem.”
Muda. Novamente.
A necessidade de falar isso foi forte. Muito cansada de
gente me dizendo: deixa ela tomar um golinho, deixa ela comer um pedacinho,
deixa ela ver TV mais do que deveria assim ela fica quietinha, deixa, deixa....
Não, pessoas que aqui estão lendo essa postagem: eu não vou
deixar que uma criança tome as rédeas da situação e não saiba se comportar, nem
dizer obrigada, por favor, com licença. Não, eu não vou ser a mãe que para em
vaga de deficiente porque serão só 5 minutinhos e depois vou reclamar que o
País está um caos. Não, ela não vai fazer o que ela quiser até que tenha idade
suficiente para isso e até que possa arcar com as consequências dos erros e
acertos (e enfatizo que até que seja financeiramente responsável por si mesma
porque aqui em casa nem eu e nem o pai daremos apartamento, carro, nem pagaremos
faculdade particular. Ela aí sim vai fazer o que quiser, contanto que arque com
isso!).
Porque eu fiz muito do que eu só queria e sofro as consequências
até hoje. E se eu pudesse voltar atrás em muitas das coisas que fiz na minha
vida, várias delas, com certeza, teriam haver com receber mais nãos do que
sins.
Dessa forma, se o senhor ou a senhora, vir uma mãe colocando
limites ou vendo uma criança manifestando sua frustração, seu cansaço, não se
meta, ao menos que a mãe esteja espancando a criança ou algo parecido (aí nesse
caso quem não se mete, para mim, é de uma covardia sem limites!).
Simplesmente, companheiros e companheiras, acreditem que
muitos dos pais hoje em dia em termos de educação, alimentação, comportamento
sabem o que é melhor para os seus filhos. Sabem que açúcar demais faz mal, que
coca cola é um veneno, que chocolate não tem exatamente nada de nutrientes, que
ter horário para dormir, acordar é bom, que cair e levantar faz parte, que superproteger
não leva a lugar nenhum, que esconder o mundo demais também pode trazer
problemas lá no futuro (o querer absorver a tudo tão fortemente que se leva ao
abuso!), mas não se metam. E, se não souberem, problema deles. Não
se metam! Não nos metemos!
Falem, ofereçam um sorriso, diga que entendam, mas não digam:
“deixe que ela faça o que quiser...”
Ao entrarmos na consulta, dou de cara com aquele cara
sossegado, calmo e comento o ocorrido e ele concorda comigo. E falamos das
crianças que tornam-se os reis e rainhas dentro de casa e os pais
meros coadjuvantes. Basta ler essa entrevista.
E encerro com a postagem do Mãe no Divã que diz:
"Se a criança faz birra em público e a mãe fica brava e dá
bronca - ela é o monstro do lago negro devoradora de criancinhas indefesas. Se
levantar um pouquinho o tom de voz então, chama o conselho tutelar e já traz
logo um psicólogo pra essa criança porque a mãe acabou de esmagar com a sua
infância.
Se a criança faz birra em público e a mãe a acolhe de forma carinhosa e compreensiva, os pitaqueiros vão à loucura - que tipo de adulto essa criança mimada não vai se tornar?! Chovem olhares condenado a tal conduta - "amor demais estraga a criança”. Se for mãe solteira então, ainda tem que ouvir a clássica "Isso é falta do pai na vida dessa criança”. Olha gente, façam um favor pra humanidade e simplesmente não se metam. E se se meterem, eu espero que levem bronca do mi mi mi de vocês também.
Porque ninguém é obrigada."
Se a criança faz birra em público e a mãe a acolhe de forma carinhosa e compreensiva, os pitaqueiros vão à loucura - que tipo de adulto essa criança mimada não vai se tornar?! Chovem olhares condenado a tal conduta - "amor demais estraga a criança”. Se for mãe solteira então, ainda tem que ouvir a clássica "Isso é falta do pai na vida dessa criança”. Olha gente, façam um favor pra humanidade e simplesmente não se metam. E se se meterem, eu espero que levem bronca do mi mi mi de vocês também.
Porque ninguém é obrigada."
#aceitandopalpiteemdinheiro
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