domingo, 16 de agosto de 2015

Adaptação na escolinha: como foi!

Então, Glorinha iniciou uma nova fase da vida dela. Depois de muito me preparar, conversar muito com outras mães, com marido, com a terapeuta, com Deus, decidimos matriculá-la na escolinha. Confesso que já tinha aquela certeza, advinda do meu instinto de mãe, que não seria nada doloroso para ela, mas muito mais para mim e, no fim, eu estava certa.
O processo foi simples, tão simples que eu nem tive e nem tenho como formular algum post longo e auto explicativo de como passar por esse processo: ele apenas aconteceu de forma natural assim como o desmame dela (que ela quis aos 6 meses), assim como ela largou da chupeta sozinha e aprendeu a andar sem nenhum tipo de intervenção. Tudo aconteceu no tempo dela.
Já sentia que o contato com outras crianças e a sede de aprender eram gigantes. Sempre a levava ora ao clube ora ao SESC para brincar, mas não existia uma rotina, nem atividades como musicalização, pintura e via nela a vontade de aprender coisas novas, de estar com outras crianças.
Aproveitei o mês de Julho para levá-la a várias oficinas onde ela teve aulas de yoga, de musicalização, de arte. Estava sempre junto para ver a reação, observá-la fazendo algo diferente. Aos poucos, ela foi percebendo que poderia articular, usar outras partes do corpo, outros sentidos. As aulas de yoga foram sensacionais e acho uma pena que as escolas aqui da minha cidade não saibam ainda dos benefícios que uma aula dessas poderia ocasionar tanto no presente como no futuro (basta torcer para que uma delas se sensibilize e ofereça essa atividade extra-curricular).
Enfim, depois de visitar algumas escolas, tive a certeza do modelo de escola que procurava para a Glorinha. Não poderia ser um local fechado, ela teria que ter liberdade para se sujar, chegar em casa marrom de tanta sujeira, que houvessem atividades extra curriculares, que a professora fosse atenciosa e delicada, que a televisão fosse usada quase NUNCA, que houvesse área verde e não uma grama sintética.
Achamos!
De todas as que eu visitei, a escolhida foi a que mais se adequou a liberdade que quero que ela sinta, um espaço grande de brincadeiras e zero formalidade, um local onde eu, a mãe, também me sinta acolhida.
Primeiro dia: Adaptação!
Fiquei lá quase uma semana (interrompemos a adaptação no último dia porque ela ficou resfriadinha e achei melhor poupá-la, mas ela voltou depois de uma semana, sem chorar e nem olhou para mim para falar tchau!). Ficamos eu, o Lorenzo e a Ju lá na escolinha. Eu a observava de longe, brincando com outras crianças, dançando, dando risada e meu coração e meu ego, pediam por algum chorinho que só aconteceu na quinta-feira porque ela já estava ficando doentinha, mas a professora soube como ninguém contornar a situação e logo estava ela de novo brincando.
A energia dela, acredite ou não, continua a mesma. Somente no segundo dia é que ela dormiu no carro e foi um ato homérico conseguir dar banho e jantar, mas ela só dormiu porque não tinha descansado a tarde. Agora aprendemos que é melhor ela almoçar mais cedo para então, descansar por 1 hora e meia e então ir para a escolinha. Tem dado certo. Ela não dorme no carro, mas acreditem ou não, ela ainda não fica cansada. Chega em casa, damos banho, o jantar, brincamos, assistimos Heidi por 30 minutos (uma novelinha alemã que ela ama!) e aí, cama, mas ela segue firme e forte nos dando a sensação de que poderia, de boa, ficar acordada até dez, onze da noite.
Já estamos na fase de irmos a escolinha, tocar a campainha, a tia dizer oi e ela entrar, como se aquele tivesse sempre sido o reino dela. Não olha para trás, não diz tchau. Ela vai, alegre e e confiante e só o meu coração é que fica apertado e morrendo de saudades, mas aí me lembro das palavras da diretora que me disse "o bom é quando os filhos carregam o pai e a mãe no coração."
Que ela nos tenha sempre em seu coração indomável!

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