Então, uma amiga
postou em sua timeline um relato tão, mais tão frequente nessa nossa vida de
mãe. Fiquei tão interessada no assunto, e filosofei com meus botões. Pensei nas
minhas birras, nas minhas vontades. Pensei em como é difícil não dar um berro e
dizer: “olha aqui, serzinho, você fará o que eu quero, na hora que eu quero e
como eu quero.” Mas isso me pareceu tão injusto e tão repressor, tão sem
entendimento com um ser humano que ainda está em construção e que depende de
mim para ser uma mulher que sabe o que quer, mas que sabe pedir o que quer....
Então, fica aqui o relato e a visão da psicóloga Fernanda Oliveira que, além de
responder dúvidas de leitores do Born to be Mother, também escreverá artigos. Para
enviar suas perguntas, dúvidas, basta encaminhar um e-mail para borntobemother@gmail.com
Teremos o maior
prazer em responder!
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Pequenos
desejos, grandes chororôs
Exemplo:
ela quer suco. Dou o suco, mas vem birra e choradeira porque queria na outra
mamadeira. É super fácil eu trocar, mas que mensagem estou dando pra ela: de
compreensão, pois com 2 anos ela está descobrindo as preferências e um pouco da
individualidade dela, (de certa forma a sua própria visãozinha das coisas), ou
que estou à disposição pra essas birras (ou seja, um controle sobre a mãe), e incentivando
esse comportamento? Isso acontece com outras
situações, e tenho essa dúvida como uma coisa maior de compreensão do que ela
sente nessa fase.... Uma psicóloga disse pra minha mãe que é importante não
ceder pois esse comportamento se estende depois, mas eu tendo a achar que é da
idade e tudo bem fazer um meio termo (ceder ás vezes mesmo...). O que vocês
pensam (dentro do universo da criação com apego...)?
RESPOSTA:
Olá, tudo bem?
Pensando no caso específico utilizado como exemplo, vamos lá analisá-lo.
Sim, você pode colocar o suco no copo/mamadeira que ela prefere, a questão é
qual a sua reação e comportamento diante da birra para conseguir isso. No caso,
você poderia se abaixar, olhar nos olhos dela e perguntar porque ela está
chorando e dizê-la que tudo bem que ela quer no copo tal, que ela não precisa
chorar, é só pedir que você troca. Porque a questão é, diante da birra ensinar
para a criança que ela não precisa dela pra conseguir o que quer, e claro, eles
vão nos testar algumas vezes. Se a situação for de escolhas possíveis (copo,
roupa, brinquedo, etc.) tudo bem que eles escolham, é legal dar esta autonomia
para eles, estarão desenvolvendo a capacidade de fazer as suas escolhas. Mas se
a situação é de segurança e definição de caráter, somos nós responsáveis que
devemos decidir e escolher pra eles, com birra ou sem birra, mais uma vez a
reação nossa é que determinará se ele considera e utiliza a birra ou não. Por
exemplo, uso da cadeirinha no carro, não tem conversa, em caso de birra, você
vai dizer que ele não pode escolher e que é pra segurança dele, que porque você
o ama muito que você cuida da segurança dele. Apesar da pouca idade, a
capacidade de compreensão deles é incrível e inimaginável e respeitar e apontar
para eles algumas questões é salutar. Podemos e é bacana também pensar e nos
colocarmos no lugar dele, que também diante de algumas frustrações na vida
também gostaríamos de espernear e gritar, às vezes até fazemos, e quando nos
deparamos com o olhar acolhedor do outro e que somos entendidos e respeitados
nos sentimos melhor e mais confiantes. Estamos neste eterno contato com nossa
criança interior que também às vezes gostaríamos de sentar e chorar, mas que a
gente sabe que tudo vai ficar bem e que tudo vai passar.
SOBRE
FERNANDA:
Fernanda
é psicóloga clínica na abordagem da Psicanálise Lacaniana (CRP: 06/117419),
formada pela Unicastelo. Mineira, do Vale do Jequitinhonha, reside em São
Carlos há 20 anos, de uma família grande de 7 irmãos. Pisciana, 34 anos mãe de
uma pequena de 3 anos e meio que procura criar para ser feliz. Adepta da
criação com apego, a favor do parto natural e da amamentação em livre demanda.
À favor de ser mãe, na possibilidade de ser a melhor que consigamos ser. Como
ela próprio diz: “sem neura e sem crise (risos!) porque o negócio doido é a
dosagem, uai!”
Decidiu
estudar psicologia para se entender e entender o mundo e porque acredita no
poder de sermos protagonistas de nossas vidas.
Atende
crianças, adultos, individual, grupo, familiar e de casal na Rua Paulino Botelho de Abreu Sampaio, 1040 (Rua da Santa Casa, 3
quarteirões para baixo, sentido USP) na Clínica
Rossiti. Telefones de contato: (16) 99188-3487/ 98819-7068
email: psico.fernandaoliveira@gmail.com
Rossiti. Telefones de contato: (16) 99188-3487/ 98819-7068
email: psico.fernandaoliveira@gmail.com
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