sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Pequenos desejos, grandes chororôs. O que fazer?!

Então, uma amiga postou em sua timeline um relato tão, mais tão frequente nessa nossa vida de mãe. Fiquei tão interessada no assunto, e filosofei com meus botões. Pensei nas minhas birras, nas minhas vontades. Pensei em como é difícil não dar um berro e dizer: “olha aqui, serzinho, você fará o que eu quero, na hora que eu quero e como eu quero.” Mas isso me pareceu tão injusto e tão repressor, tão sem entendimento com um ser humano que ainda está em construção e que depende de mim para ser uma mulher que sabe o que quer, mas que sabe pedir o que quer.... Então, fica aqui o relato e a visão da psicóloga Fernanda Oliveira que, além de responder dúvidas de leitores do Born to be Mother, também escreverá artigos. Para enviar suas perguntas, dúvidas, basta encaminhar um e-mail para borntobemother@gmail.com
Teremos o maior prazer em responder!
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Pequenos desejos, grandes chororôs
Exemplo: ela quer suco. Dou o suco, mas vem birra e choradeira porque queria na outra mamadeira. É super fácil eu trocar, mas que mensagem estou dando pra ela: de compreensão, pois com 2 anos ela está descobrindo as preferências e um pouco da individualidade dela, (de certa forma a sua própria visãozinha das coisas), ou que estou à disposição pra essas birras (ou seja, um controle sobre a mãe), e incentivando esse comportamento? Isso acontece com outras situações, e tenho essa dúvida como uma coisa maior de compreensão do que ela sente nessa fase.... Uma psicóloga disse pra minha mãe que é importante não ceder pois esse comportamento se estende depois, mas eu tendo a achar que é da idade e tudo bem fazer um meio termo (ceder ás vezes mesmo...). O que vocês pensam (dentro do universo da criação com apego...)?

RESPOSTA: Olá, tudo bem?
Pensando no caso específico utilizado como exemplo, vamos lá analisá-lo. Sim, você pode colocar o suco no copo/mamadeira que ela prefere, a questão é qual a sua reação e comportamento diante da birra para conseguir isso. No caso, você poderia se abaixar, olhar nos olhos dela e perguntar porque ela está chorando e dizê-la que tudo bem que ela quer no copo tal, que ela não precisa chorar, é só pedir que você troca. Porque a questão é, diante da birra ensinar para a criança que ela não precisa dela pra conseguir o que quer, e claro, eles vão nos testar algumas vezes. Se a situação for de escolhas possíveis (copo, roupa, brinquedo, etc.) tudo bem que eles escolham, é legal dar esta autonomia para eles, estarão desenvolvendo a capacidade de fazer as suas escolhas. Mas se a situação é de segurança e definição de caráter, somos nós responsáveis que devemos decidir e escolher pra eles, com birra ou sem birra, mais uma vez a reação nossa é que determinará se ele considera e utiliza a birra ou não. Por exemplo, uso da cadeirinha no carro, não tem conversa, em caso de birra, você vai dizer que ele não pode escolher e que é pra segurança dele, que porque você o ama muito que você cuida da segurança dele. Apesar da pouca idade, a capacidade de compreensão deles é incrível e inimaginável e respeitar e apontar para eles algumas questões é salutar. Podemos e é bacana também pensar e nos colocarmos no lugar dele, que também diante de algumas frustrações na vida também gostaríamos de espernear e gritar, às vezes até fazemos, e quando nos deparamos com o olhar acolhedor do outro e que somos entendidos e respeitados nos sentimos melhor e mais confiantes. Estamos neste eterno contato com nossa criança interior que também às vezes gostaríamos de sentar e chorar, mas que a gente sabe que tudo vai ficar bem e que tudo vai passar.

SOBRE FERNANDA:
Fernanda é psicóloga clínica na abordagem da Psicanálise Lacaniana (CRP: 06/117419), formada pela Unicastelo. Mineira, do Vale do Jequitinhonha, reside em São Carlos há 20 anos, de uma família grande de 7 irmãos. Pisciana, 34 anos mãe de uma pequena de 3 anos e meio que procura criar para ser feliz. Adepta da criação com apego, a favor do parto natural e da amamentação em livre demanda. À favor de ser mãe, na possibilidade de ser a melhor que consigamos ser. Como ela próprio diz: “sem neura e sem crise (risos!) porque o negócio doido é a dosagem, uai!”
Decidiu estudar psicologia para se entender e entender o mundo e porque acredita no poder de sermos protagonistas de nossas vidas.
Atende crianças, adultos, individual, grupo, familiar e de casal na Rua Paulino Botelho de Abreu Sampaio, 1040 (Rua da Santa Casa, 3 quarteirões para baixo, sentido USP) na Clínica 
Rossiti.  Telefones de contato: (16) 99188-3487/ 98819-7068 
email: psico.fernandaoliveira@gmail.com



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