E hoje ela fez 2 anos. Que coisa, que coisa. Nem que eu escrevesse um milhão de vezes essa afirmação, eu poderia acreditar que o tempo escorre mesmo pelas mãos.
Lembro exatamente de todos os acontecimentos que antecederam sua vinda. Mas já escrevi sobre isso. Não quero falar do parto... o quase parto. Quero falar do momento em que eu a vi, minha bebê, minha filha. E como eu tive medo que não daria conta. Mas a partir do momento em que estavas em meus braços, parece que algo se apoderou de mim, como se sempre eu tivesse nascido para isso (e calma aí, porque respeito e muito as mulheres que não nasceram para isso, mas eu nasci).
Enfim, lembro da gente lá na casa de Saúde. As enfermeiras me ensinando a amamentar, todos os cuidados que tivemos. Nós duas.... Juntinhas. O primeiro banho que o pai teve que dar porque eu mal conseguia me mexer. E nada de cair a ficha de que eu tinha me tornado mãe. Eu me sentia mãe, mas o que é ser mãe? Pergunta retórica que me absorve e me persegue até hoje já que meu modelo de mãe não foi o mais exemplar, mas hoje talvez eu vá compreendendo que se dá o que se tem, se dá o que se pode e retorno a pergunta: quem é que define o que e ser mãe?!
Ah, como foi bom esperar teu pai chegar sempre na hora do almoço e no jantar. Minha refeição chegava, mas eu sempre guardava metade para seu pai. Éramos nós dois em estado de transe total. Nossa filha, nossa filhinha. Eu acabada, cansada, mas feliz com minha bebezinha. Dores terríveis, sangue por todos os lados, com um modess enorme que papai comprou nos Estados Unidos (praticamente uma fralda), as dores da cesárea....
E você lá, minha filhinha!
Eu aprendendo a te amamentar com ajuda de tantas outras mulheres e mal sabia que tantas outras sequer recebem esse auxílio, mal sabia eu que tantas outras não tiveram os mesmos luxos de amparo nem do parto cesárea humanizado que eu tive.... Na verdade, só fui me tocar dessa exclusividade e acordar para o sistema, quando tive o Lorenzo!
Certas coisas demandam tempo e maturidade... sair da matrix!
Então, te trouxemos para casa, minha pop corn e foram tantas coisas que passamos juntas.
Você foi crescendo sem eu perceber, me enchendo de felicidade como se Deus tivesse te escolhido a dedo para alegrar uma mãe com tendência a tristeza desmedida. Hoje mal tenho tempo de ficar triste porque são dois, né, minha gente.
Muito tempo só nós duas.... aí veio o Lorenzo e éramos nós três. Você sentadinha no carrinho, me vendo fazer faxina com aquele barrigão... E você ficava de boa. Magina que o Lorenzo fica assim. Lorenzo quer colo 24 horas. Você sempre me observando... Eu podia limpar a casa inteira, cozinhar que você ficava de boa.
Minha menina que ficou loira da noite para o dia.
Então, fizeste um ano. Nunca fez minha cabeça grandes festas. Queria apenas algumas amigas e uma pequena comemoração na vovó. Tudo feito por mim. Grávida, barriguda, correndo porque pelo seu pai, alemão até a última raiz do cabelo (que falta), essas coisas são tão desnecessárias. Mas para mim não eram e nunca serão.
Naquele calor, eu e você fomos buscar brigadeiros, torradinhas, fazer a decoração que no fim papai ajudou e se divertiu.
E ontem quase de madrugada, surtando de sono, eu arrumei tudo. Tudo simples, mas para você deixei tudo arrumadinho para que quando acordasse, desse de cara com mais um dos seus personagens favoritos. E amaste! Amou também o presente baratinho que comprei no supermercado. És uma criança. E eu também me sinto assim....
A tarde ainda você foi um pouco na escolinha e fui te buscar mais cedo para cantarmos parabéns na vovó. Foi assim: especial.
Infelizmente, papai não estava aqui. Viajando (de novo). Somos nós três e estamos sobrevivendo e dando dando conta.
Serão mais alguns anos, será para sempre, meu amor.
Minha luz inexorável, minha pequena cheia de manias.... É isso que quero te ensinar: que não importa a festa, o presente, as pessoas, importa a gente, a nossa família, as boas pessoas que encontramos pelo caminho, importa quando vermos essas fotos e você se tocar que fui eu quem fiz, que fui eu que te fiz sorrir....
E que eu serei para você uma mãe...a mãe que eu posso ser, nem melhor, nem pior. Apenas uma mãe que te ama sem limites!
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