sábado, 19 de setembro de 2015

Mães que dançam...

"Ela é o meu cabelo curto, o esmalte descascado na minha unha, as olheiras no meu rosto.
Ela é o brinquedo espalhado pela sala, é o melado no controle remoto,
Ela é o farelo no sofá, as tesouras e quadros no alto.
Ela é a marca de mão nos móveis, o embaçado nos vidros.
Ela é o ventilador desligado,
a porta do banheiro fechada, a gaveta da cômoda aberta.
Ela é as frutas fora da fruteira, os plásticos amarrando os armários.
Ela é o valor do trabalho, a vontade de aprender, a minha força, a minha fraqueza, a minha riqueza.
Ela é o aperto no meu peito diante de uma escada, é o cheirinho no meu travesseiro.
Ela é o vazio triste no silêncio de dormir,
o meu sono leve durante a noite.
Ela é o meu ouvido aguçado enquanto durmo.
Ela é o arrepio quando me chama, a paz quando me abraça, a emoção quando me olha.
Ela é meu cuidado, a minha fé, o meu interesse pela vida, a minha admiração pelas crianças, o meu amor por Deus.
É o meu ontem, o meu hoje,
o meu amanhã.
Ela é a vontade, a inspiração, a lição, o dever.
Ela é a presença, a surpresa
a esperança.
A minha dedicação.
A minha oração.
A minha gratidão.
O meu amor mais puro e bonito."

(Nádia Maria)



Porque não?
Olá mulheres, hoje quem vos fala é outra mãe! Outra mulher que escolheu também ser psicóloga, algo que me traz muito prazer, mas que pra sustentar este lugar muitas vezes requer muito, como todo desejo que nos atravessa, deixa suas marcas, suas dores e suas consequências.

Uma delas são os julgamentos e pré-conceitos, porque recebo alguns olhares neste lugar, porque como uma mãe/psico perde a paciência? Ela sabe que não pode gritar? E por aí vai...
Bom, sou psicóloga, sou mulher e mãe, e tenho uma pequena de quase 4 anos que transformou a minha vida. E hoje quero dividir com vocês as delícias de ser mãe dela. Essa semana, depois de trabalhar a manhã toda no consultório, à tarde na Prefeitura e mais um atendimento à noite, fui buscá-la na casa da minha mãe, cheguei lá por volta das vinte e uma, ela estava tomada banho, comeu pão de queijo mineiro feito especialmente pra ela, ou seja, a vovó cuidou maravilhosamente bem, elogiou como é fácil cuidar dela, como ela brincou com a priminha de um ano e meio que passou por lá à tarde e todas as delícias dela ter ficado lá.
Estava uma noite quente, tomei o café da minha mãe, comi alguns pães de queijo e me deu uma vontade de tomar sorvete, adoro sorvete, é a minha guloseima preferida. Coloquei a pequena no carro e fomos nós duas tomar sorvete. Ela tinha que já estar dormindo, porque ela vai pra creche logo as sete e meia da manhã, eu estava cansada, no dia seguinte teria novamente outra manhã de atendimento, prefeitura e tudo de novo, mais um dia com rotina pesada, eu escolhi essa rotina, mas sustentá-la fisicamente e psicologicamente é pesado.
Bom, lá fomos nós duas cantando a música que estava tocando no rádio e chegamos pra tomar o sorvete. Pedi um grandão pra mim porque gosto e gosto de muito sorvete e pedi um “Sunday” pra pequena e ela sorridente ouve uma música tocar e começa a dançar, a balançar os braços e mexer o quadril e olha pra mim  e diz: vamos dançar? Um sorriso grande e cativante, sinto os olhares de várias pessoas no local, famílias, amigas e casais, sinto um leve desconforto, toda produzida de psico, calça de linho, uma  camisa clara, sandálias baixinhas e discretas, mas esse desconforto durou segundos, o convite foi irresistível, dancei...

Dancei pra ela, dancei pra minha criança interior, dancei por aquelas pessoas que primeiro me julgaram, mas depois nos olharam com ternura e carinho... 


Fernanda é psicóloga clínica na abordagem da Psicanálise Lacaniana (CRP: 06/117419), formada pela Unicastelo. Mineira, do Vale do Jequitinhonha, reside em São Carlos há 20 anos, de uma família grande de 7 irmãos. Pisciana, 34 anos mãe de uma pequena de 3 anos e meio que procura criar para ser feliz. Adepta da criação com apego, a favor do parto natural e da amamentação em livre demanda. À favor de ser mãe, na possibilidade de ser a melhor que consigamos ser. Como ela próprio diz: “sem neura e sem crise (risos!) porque o negócio doido é a dosagem, uai!”
Decidiu estudar psicologia para se entender e entender o mundo e porque acredita no poder de sermos protagonistas de nossas vidas.
Atende crianças, adultos, individual, grupo, familiar e de casal na Rua Paulino Botelho de Abreu Sampaio, 1040 (Rua da Santa Casa, 3 quarteirões para baixo, sentido USP) na Clínica 
Rossiti.  Telefones de contato: (16) 99188-3487/ 98819-7068 
email: psico.fernandaoliveira@gmail.com
 

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